
Sou negra.
Faladeira, mulher rendeira
Que fala o que vem da alma
Que mostra a alma pra todo mundo ver
Sou negra
De pele escura, reduto de melanina
Amo samba de roda
E tenho Oxalá como guia
E não me envergonho de ser quem sou
Sou negra
Com cabelo de negro
Com corpo de negro
Com beiço de negro
Sou negra
Vinda de Luanda
Aruanda, Uganda, Zimbabue,
Angola, Gana e Guiné
Vinda de lá nos tumberos
Chicoteada, escravisada
Virei mucama, neguinha
E hoje sou mulata, morena,
Pretinha da favela
Mas sou negra
Não só por fora
Mas por dentro.
Sou negra de nascimento
E serei negra na morte tambem.
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Texto meu, escrevi de madrugada. Não houve um propósito, escrevi por escrever.